Introdução

A história da Aloe Vera é antiga e se encontra presente na literatura de diversas culturas. Seu nome provavelmente se origina da palavra arábica alloeh, que significa substância amarga, brilhante e do latim vera que significa verdadeiro. O primeiro registro do uso da Aloe Vera foi feito em uma tabuleta de argila da mesopotâmia datada de 2100 a.C. Conhecida no Egito antigo como a “planta da imortalidade”, teria sido usada por Cleópatra nos cuidados da pele e do cabelo (ATHERTON, 1997). As plantas constituem uma fonte importante de produtos naturais biologicamente ativos, muito dos quais são utilizados em semi-síntese de um grande número de fármacos. Pesquisas na área de produtos naturais mostram-se promissores e têm revelado uma gama de estruturas e de propriedades físico-químicas e biológicas. Um dos aspectos que suscita maior interesse é o fato de que, por apresentar atividade regenerativa, este composto poderia atuar no processo cicatricial, atuando, por exemplo, como uma pele artificial bioativa (JÚNIOR, 2003). O Brasil é conhecido mundialmente por possuir a maior reserva florestal do planeta, contando com uma vasta diversidade de plantas medicinais. Pode-se afirmar que parte da população brasileira por não ter acesso a medicamentos essenciais, diante da diversidade, utilizam plantas medicinais como a primeira ou até a única forma de acesso a medicamentos (RAMOS, 2011). A folha de Aloe Vera pode ser dividida em três partes principais, o látex, de cor amarelada e odor forte, as cascas das folhas, e o gel mucilaginoso. Dentre os constituintes químicos mais citados, podemos expor os compostos fenólicos, os principais grupos encontrados são as cromonas e antraquinonas (barbaloína e isobarbaloína). O gel é constituído principalmente de água e carboidratos complexos, ácidos e sais orgânicos, bem como enzimas, saponinas, polifenóis, vitaminas e diversos minerais (IAL, 2008). O fato de os estudantes serem apresentados ao tema através das disciplinas de ciências da natureza, fortalecendo-se o aprendizado e transformando-o em práticas semanais, com desenvolvimento e a investigação de novos materiais para beneficiar a autoestima dos estudantes, devido as lesões causadas pelas espinhas e/ou acne. Neste contexto, extrair da babosa o produto in natura, de forma manual, fazendo-se uma pomada para combater essas pequenas lesões na pele como a acne(espinhas) em uma demonstração para os estudantes ou adolescentes do Centro de Excelência Joana de Freitas Barbosa, tornou-se de suma importância para nossa comunidade escolar.

Métodos

O Projeto Espinhas nunca mais – Babosa e seus benefícios, teve início no decorrer deste ano, onde a ideia surgiu em uma das aulas de protagonismo, discutia-se a autoestima dos estudantes, com relatos que não se sentiam bem com o rosto cheio de espinhas. Foram feitas diversas pesquisas virtuais sobre o histórico da matéria-prima a ser utilizada, ou seja, as possíveis substâncias, utilidades e funcionalidades do gel das folhas de babosa. Além disso, foi com base nessas pesquisas que o extrato desse gel foi elaborado, já que existe todo um processo de produção a ser seguido, envolvendo todas as séries do Ensino Médio Integral (1º, 2º e 3º anos) e fundamental II (9º ano) do Centro de Excelência Joana de Freitas Barbosa, uma proposta que pudesse chamar a atenção dos estudantes e levantar a autoestima em relação a essas pequenas lesões na pele, como a acne (espinhas). Após a extração, o gel foi armazenado, deixando-o em molho por 15 min., depois colocando-o em um liquidificador, com 500 g de uma gordura de boa qualidade (azeite, vaselina, óleo de coco, óleo de amêndoa ou de semente de uva). Em seguida coloca-se em uma panela, levando ao fogo brando, mexendo sempre até o derretimento completo desta. Quando começar a borbulhar, tampe a panela (panela de vidro, ágata ou aço) e mantenha o fogo baixo até a desidratação. Espera-se a completa desidratação (não mexer durante a fervura para a gordura não subir), coando em um recipiente de vidro, misturando com a cera de abelha, levando-o novamente em fogo baixo ou em banho-maria. Depois de filtrada, a pomada está pronta, é só envasar em um frasco de vidro com tampa e guardar na geladeira.

Dados

Espinhas nunca mais - Babosa e seus benefícios


Temas

Saúde e Consumo Responsável

Palavras-chave

ExtraçAloe Vera, Babosa, Espinhas, Planta medicinal., Inflamação na face, Acne., Babosa, Pomada., Suavização de bactérias, Autoestima.

Equipe Ciêntifica

Maria Fabiana Silva de França (Coordenador da Equipe)
Micaelly Ferreira Guimarães (Aluno Capitão)
Ana Alice Santos (Aluno)
Kamyle Leal Viana (Aluno)
Maria Victória Silveira de Souza (Aluno)
Raíssa Tanazio Santos (Aluno)

Escola

Centro de Excelência Joana de Freitas Barbosa, Propriá-SE

Resumo

A Aloe vera é uma planta popularmente conhecida como babosa, possui diversas finalidades, tanto para o uso interno como externo, sendo na composição de alimentos, remédios e cosméticos. Estas atividades medicinais incluem a promoção da cicatrização de feridas, atividade antifúngica, hipoglicemiantes ou antidiabéticas, efeitos anti-inflamatório, antineoplásicos e imunomoduladores. O intuito desse trabalho, tem-se como objetivo apresentar os principais usos dessa planta e descrever todo processo de produção de um extrato elaborado a partir do gel retirado das folhas da babosa e a produção da pomada orgânica no combate a acne e/ou espinhas. Essa infecção pode ser trabalhada de muitas maneiras, associando técnicas e meios que amenizam a inflamação, um desses meios é o uso de fitocosméticos, que são cosméticos extraídos das plantas, cada qual com sua função terapêutica, mas tendo em comum a suavização de bactérias. A pesquisa classifica-se quanto aos fins como descritiva e explicativa, quanto aos meios bibliográficos e virtuais. A priori foi utilizado a babosa como fonte de matéria-prima, cuja a extração do gel de suas folhas foi feita manualmente, possuindo consideráveis perdas no ato de sua extração e a presença de impurezas.

Resultados

Para a elaboração do produto, foram retiradas diversas folhas de babosa, sendo que nem todas elas assumiram o mesmo tamanho, podendo ser observado que quanto maior fosse à planta, maior era a quantidade de gel contido em suas folhas. Analisando o peso inicial da babosa estando em seu estado bruto com a quantidade de gel retirado, notou-se que houve grande variação em termos de peso, ou seja, as folhas por serem espessas (figura a) influenciam diretamente no peso e na quantidade de gel, tendo um aproveitamento de 60% em relação ao peso total (CASTRO & CHEMALE, 1995).

Discussão dos Resultados

A mistura foi levada ao fogo, em banho-maria ou diretamente em fogo baixo, sob temperatura de aproximadamente 75º C, conforme a figura b, resultando em um produto final consistente, no caso o extrato a base do gel para a formação da pomada (figura c). O instrumento de sondagem, a planta medicinal Aloe vera (babosa) riquíssima em nutrientes, vitaminas e minerais que só fazem bem à pele – magnésio, zinco, vitaminas B, C e E, entre outros, aplicada semanalmente nos estudantes com o intuito de diminuir a pele lesionada com acne (espinhas), onde foi obtido resultados satisfatórios durante toda a pesquisa.

Conclusões

Com base nos estudos realizados, notou-se que o extrato do gel das folhas da babosa, possui diversas finalidades, em que ao ser incrementado com outras substâncias pode originar novos produtos pertencentes aos segmentos cosméticos, alimentícios e medicinais, ou seja, fitoterápicos. Analisou-se que na elaboração do extrato da babosa para a produção da pomada orgânica, foi necessário seguir adequadamente cada uma das etapas pertencentes a esse processo, para que fosse possível obter um produto final consistente e de qualidade. Além disso, esse extrato teve pouco rendimento, em relação à quantidade de gel extraído, isto devido às perdas provocadas no ato da extração, já que foi conduzida de forma manual.

Referências

ATHERTON, P. Aloe vera revisited. The British Journal of Phytotherapy, v.4, p. 176-83, 1997. SILVA JÚNIOR, A. Essentia herba – Plantas bioativas. Florianópolis: EPAGRI. Volume 1. 441p. p. 120-148,2003. RAMOS AP, Pimentel I.C. Ação da Babosa no reparo tecidual e cicatrização. São Paulo: Universidade; Camilo Castelo Branco. São Paulo/SP; 2011. IAL - Instituto Adolfo Lutz (São Paulo). Métodos físico-químicos para análise de alimentos /coordenadores Odair Zenebon, Neus Sadocco Pascuet e Paulo Tiglea -- São Paulo: Instituto Adolfo Lutz, 2008 p. 1020 CASTRO, L. O., CHEMALE, V. M. Plantas medicinais, codimentares e aromáticas: descrição e cultivo. Guaiba: Agropecuária. 196p. 1995.

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