Introdução

O Brasil, é um dos países que pode contribuir significativamente para o desenvolvimento da fitoterapia, pois detém de uma grande biodiversidade e solo rico em quase todo seu território, conta com uma imensa gama de plantas medicinais (Brandão et al., 2006). A OMS incentiva a sociedade brasileira ao uso de produtos naturais, especialmente a população de baixa renda e que tenha acesso mais restrito aos medicamentos sintéticos. (Santos et al., 2013). O uso de fitoterápicos com finalidade profilática, curativa, paliativa ou com fins de diagnóstico teve reconhecimento oficial pela OMS somente em 1978. As plantas medicinais tornaram-se importantes instrumentos da Assistência Farmacêutica, com isso, a OMS publicou várias resoluções com o objetivo de expressar a posição do organismo a respeito da necessidade da valorização do uso desses medicamentos, no âmbito sanitário, principalmente na atenção básica (Brasil, 2006a). A partir de pesquisas realizadas, notamos que no Brasil, as plantas medicinais costumam ser uma das alternativas para parte da população, principalmente a de baixa renda, devido a diversos fatores, dentre os quais, o alto custo dos medicamentos industrializados e o acesso restrito a um sistema de saúde. O município de Canindé de São Francisco, possui uma alta diversidade de ervas e plantas medicinais, índice que reflete em condições para fabricação de fitoterápicos. Objetivando a diminuição dos índices de inflamações na garganta, diarreia, feridas, queimaduras, dores de cabeça, estresse e ansiedade, foi produzido fitoterápicos que podem ser utilizados para tratar desses fatores. O presente estudo busca desenvolver um kit de medicamentos essenciais para o dia a dia, a partir da utilização de ervas e plantas medicinais típicas da nossa região usada pela população. Produzindo assim, fitoterápicos com baixo custo no mercado, transformando, saberes populares em conhecimento científico.

Métodos

O presente estudo iniciou-se com uma pesquisa bibliográfica e documental no Centro de Excelência Dom Juvêncio de Britto, munícipio de Canindé de São Francisco/SE, com alunos da 2° e 3° séries, afim de conhecer as propriedades das plantas e ervas escolhidas. Optou-se neste projeto pela análise de caráter qualitativo, para tanto se fez necessária a utilização de conhecimento popular e transformá-los em ferramentas de pesquisa disponibilizadas em artigos. As vantagens decorrentes da utilização da fitoterapia apontadas pelos sujeitos relacionam-se à eficácia, ausência de efeitos colaterais, baixo custo e estímulo aos hábitos saudáveis de vida. Os fitoterápicos proporcionam mudanças significativas na vida de seus usuários e contribui para melhorias na qualidade de vida se usados corretamente. Nossos fitoterápicos foram produzidos através da higienização e pesagem das ervas. O “Inflamã”, um xarope anti- inflamatório, foi produzido a partir da junção de 10g da semente de romã, 7g da folha de hortelã, 3 dentes de alho, 10g de cebola roxa, 1cm de gengibre, 3g de matruz, 300ml de água filtrada e 5ml de mel, logo em seguida, foram levados ao fogo por 15 min. O “Floranaliv”, um xarope para diarreia, sucedeu da convergência de 75,6g de hortelã, 66,6g de folha da goiaba, 45ml de mel e 500ml de água filtrada e levados ao fogo por 20 min. O “Dipidor”, um xarope para dor de cabeça e estresse, desenrolou-se com base na união de 5g de cidreira, 5g de capim santo, 5g de folha de anador, 5g de dipirona 330ml de água e 5ml de água e levados ao fogo por 10 min. O óleo essencial “Dipidor”, para dor de cabeça e estresse, passou pela mesma atuação de higienização e pesagem de todas as ervas, para sua fabricação foi usado 5g de folhas de anador, 5g de folhas de dipirona, 5g de cidreira e 100ml de óleo de coco virgem, logo depois as ervas foram maceradas e colocadas em um recipiente, em alguns minutos, já começa a ser liberado as propriedades. O “Calmcap”, a cápsula para estresse e ansiedade, todas as ervas foram lavadas e colocadas para secar, após isso foi triturado no liquidificador 5g de cidreira, 5g de erva doce, 5g de camomila, 5g de capim santo, logo depois foi adicionado a mistura em uma cápsula de silicone. A “Sambarida”, a pomada para feridas, foi confeccionada através da cocção de 69g de sambacaitá e a 45ml de óleo de girassol e 180g de banha de porco. Já a “Cicatrivera”, a pomada para queimaduras, foi levada ao micro-ondas durante 2 min com a 25g da mucilagem de babosa, 100g de banha de porco e 5 ml de óleo de girassol. Todas as receitas foram desenvolvidas visando a eficiência, livre de reações adversas, custo módico e bem-estar físico e metal. Dessa maneira, qualquer indivíduo de qualquer classe, lugar, situação econômica limitada e acesso ao serviço de saúde precário pode fabricar e fazer o uso desses fitoterápicos.

Dados

Farma-Sertão


Temas

Inovação e Problemas da Sociedade, Cidades e Comunidades Sustentáveis

Palavras-chave

Fitoterápicos , Plantas Medicinais , Baixo Custo

Equipe Ciêntifica

Lark Soany Santos (Coordenador da Equipe)
Marisa Gomes Nobre (Professor Colaborador)
Ana Clara Silva Almeida (Aluno Capitão)
Erisandra de Albuquerque Silva (Aluno)
Yasmin Meneses Medeiros (Aluno)

Escola

Centro de Excelência Dom Juvêncio de Britto, Canindé De São Francisco-SE

Resumo

O município de Canindé de São Francisco, possui uma alta diversidade de ervas e plantas medicinais, índice que reflete condições para fabricação de fitoterápicos. Objetivando a diminuição dos índices de inflamações na garganta, diarreia, feridas, queimaduras, dores de cabeça e estresse. O presente estudo busca desenvolver um kit de medicamentos essenciais para o dia a dia, a partir da utilização de ervas e plantas medicinais típicas da nossa região usada pela população, cultivados no nosso perímetro municipal e encontrados na nossa flora. Produzindo assim, fitoterápicos com baixo custo no mercado, transformando, assim, saberes populares em conhecimento científico.

Resultados

No processo de produção foi observado algumas mudanças e características. Conseguimos identificar que de fato os nossos medicamentos produzidos são produtos fitoterápicos que apresentam produção feita a baixo custo, de forma caseira e pouco e/ou não agredindo o meio ambiente. Dessa maneira, qualquer indivíduo de qualquer classe, lugar, situação econômica limitada e acesso ao serviço de saúde precário pode fabricar e fazer o uso desses fitoterápicos. Afim de testar as propriedades investigadas de cada planta, nós realizamos teste de metabólito secundário os quais foram: • São pigmentos amarelos muito distribuídos pelo Reino Vegetal. Os flavonóides possuem ação antioxidante. As plantas (romã, capim santo, cidreira, sambacaetá, folha de goiabeira, erva doce e anador) testadas deram positivo (Tabela 1). • Saponinas: Atribuído a essas substâncias devido à capacidade que elas têm de formar espuma, quando agitadas com água, semelhante ao sabão. Plantas medicinais com saponinas são diuréticas, depurativas do sangue e expectorantes (Tabela 2). Taninos: São substâncias capazes de combinar com as proteínas, formando precipitado. Os resultados desse processo sobre os tecidos e as mucosas é a sensação de adstringência, o qual foi realizado na folha de goiabeira e hortelã onde deram positivo (Tabela 3). • Polifenóis: São substâncias do tipo de polímeros. Elas desencadeiam atividades farmacológicas importantes como antioxidantes, antivirais e cicatrizantes de mucosas, o teste foi realizado na romã e erva doce nas quais testaram positivo (Tabela 4). Os polifenóis complexam com íons de ferro e mudam de cor.

Discussão dos Resultados

Após esses testes realizados, comprovamos que as propriedades necessárias para cada medicamento estão presentes de fato nas plantas. Além disso, os medicamentos naturais produzidos apresentaram pouca variância nas características organolépticas foi analisado no período de 15(quinze) dias as características organolépticas que são denominadas por aquilo que pode ser percebido pelos sentidos humanos, sendo propriedades importantes para a avaliação do estado de conservação de determinadas soluções. É possível verificar cor, odor e líquido. Com isso, observamos que as soluções apresentaram pouca variância nas características. Por fim, foi realizado a medição de pH na soluções. O pH mede a concentração do íon hidrogênio (RICHTER, NETTO, 2003, p. 28). O padrão de aceitação estabelece um intervalo de 4,5-5 (Tabela 5).

Conclusões

Conveniente as informações mencionadas anteriormente, algumas pessoas não têm acesso a medicamentos essenciais, e com isso vem a importância dos fitoterápicos. Por essa razão, desenvolvemos o que nomeamos de “Floranaliv” (xarope para diarreia) a base de folha de goiabeira tem ação antidiarreico, “Inflamã”(xarope para garganta) com ação anti-inflamatória, “Dipidor”(xarope e óleo essencial) a base de dipirona e cidreira pode atuar no alívio de dores de cabeça e estresse, “Sambarida”(pomada para feridas) a base de sambacaetá pode atuar na cicatrização de feridas, “Cicatrivera”(pomada para queimaduras) a base de aloe vera ajuda no tratamento de queimaduras, “Calcamp”(cápsula para estresse e ansiedade) a base de capim santo e erva doce que pode atuar como calmante. Após as análises realizadas nos materiais utilizados nos fitoterápicos, conclui-se que foi possível verificar a viabilidade do beneficiamento de plantas e ervas (não comercializada na indústria farmacêutica) encontradas nos limites municipais, eles(fitoterápicos) apresentaram em sua solução um pH que está no nível de 4,5 e 5,0, e resultados satisfatórios, além de apresentar características organolépticas estável no período de 15 dias. Contudo, ainda estamos encaminhando os fitoterápicos produzidos para as análises microbiológicas e de estabilidade, conforme as orientações da ANVISA e OMS. Observou-se por fim, que pode traz relevância social, potencial de geração de trabalho e renda, pois os fitoterápicos podem serem produzidos de forma caseira e de baixo custo. Além disso, é de extrema importância levar o que aprendemos para comunidade em geral, com isso garantindo um acesso melhor a saúde de qualidade e de fácil acesso. Ademais, a nossa “Farma-Sertão” é uma ideia que tem muito potencial, e não iremos parar por aqui, a próxima etapa é buscar a maior confiabilidade para o consumo humano.

Referências

Abolfazl Shakeri and Amirhossein Sahebkar and Behjat Javadi, Melissa officinalis L. – A review of its traditional uses, phytochemistry and pharmacology. https://doi.org/10.1016/j.jep.2016.05.010. CONTRIBUIÇÕES DA FITOTERAPIA PARA A QUALIDADE DE VIDA: PERCEPÇÕES DE SEUS USUÁRIOS. Disponível em: https://repositorio.bc.ufg.br/bitstream/ri/17450/5/Artigo%20- %20Marta%20Carvalho%20Loures%20-%202010.pdf Brasil. (2006a). Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamentode Atenção Básica. Política Nacionalde Práticas Integrativas e Complementares no SUS, PNPIC, SUS. Brasília: Ministério da Saúde. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/24643/22058 Brandão, M. G. L.,Acurcio, F. A.,Montemor, R. L. M.,&Marlière, L. D. P.(2006).Complementary/Alternative Medicine in Latin America: Use of Herbal Remedies among a Brazilian Metropolitan Area Population.Journal of Complementary and Integrative Medicine, 3(1),1-12. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/24643/22058 Santos, A. M. A.,Miranda, M. G.,Cardoso, F. T.,Moraes, S.R.,& Avelar, K. E. S.(2013).Popular phytotherapy: past and present. Espacios, 34(11),17. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/24643/22058

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