Introdução
A fitoterapia é o uso de plantas e faz parte da prática da medicina popular, que complementa o tratamento usualmente empregado para a população de menor renda (BRUNING, MOSEGUI, VIANNA, 2012), a utilização do Jatobá (Hymenaea courbaril L.) como remédio necessita de mais estudos e a informação sobre seus componentes químicos e compostos metabólicos para assim sugerir sua utilização, uma vez que a medicina popular da região do Triângulo Mineiro utiliza o Jatobá (Hymenaea courbaril L.), mas esta planta é considerada uma espécie rara e naturalmente de baixa densidade. Pertencente à família Caesalpiniaceae é uma árvore de grande porte e pode atingir até 40m de altura, tem tronco cilíndrico e reto com até 2m de diâmetro tendo sua copa espalhada; casca lisa, dura e cinzenta; folhas alternas, pecioladas e bifoliadas, flores em panículas terminais e frutos indeiscentes.
Aproveita-se do Jatobá a resina, casca, raízes, polpa dos frutos, seiva e a madeira. O uso medicinal é contra afecções pulmonares de modo geral, dores e cólicas estomacais, como vermífugo e antidiarreico, antioxidante, diurético, expectorante, hepatoprotetor, estimulante e energético. A seiva do jatobá apresenta as mesmas propriedades que o chá elaborado a partir da casca (LIMA, ET AL, 2007).
Além disso o Jatobá (Hymenaea courbaril) é utilizado como PANC (Planta Alimentícia Não Convencional), pela população do Brasil Central, por ser uma espécie frutífera nativa, sua polpa farinácea é utilizada na fabricação de doces e geleias, a casca é utilizada na medicina popular e as sementes no artesanato (ALMEIDA, ET AL, 2011), sendo que a sua seiva é chamada também de vinho e usada como medicamento da mesma forma que a casca fervida em água. Produtos dessa planta são consumidos e/ou vendidos nas feiras e ruas das cidades.
O vinho de Jatobá é a seiva do Jatobá, armazenada em espaço no interior do tronco produzido pela própria árvore, é extraído por um orifício efetuado na madeira da árvore até o seu interior o que se chama popularmente de veia da árvore e o líquido escorre. A seiva retirada da árvore é chamada de Vinho de Jatobá (ISLER, 2021).
Métodos
Foi colheitada casca de uma árvore de Jatobá que contenha junto a entrecasca com aproximadamente 10 cm de largura e 60 cm de comprimento.
A casca foi envolta em plástico do tipo usado na cozinha e guardado por 3 dias em geladeira, a entrecasca foi retirada, de parte da casca gerando 89 gr de entrecasca, picado em pedaços pequenos com faca e foi colocada em 1000 ml de água (Fig. 01)e levado ao fogo em panela de alumínio em fogão a gás até levantar a fervura, a panela foi tampada com tampa de alumínio por 30 minutos, após, o fogo foi desligado, coado em peneira de malha fina (usada em cozinha) em Becker e armazenado em frascos de vidro tampados com tampa de metal o volume de 650 ml.
FIGURA 01 – Entrecasca do Jatobá após fervida em água e o líquido gerado. ((arquivo pessoal do orientador).
Após coado observou-se um que os três líquidos ficaram vermelho, sendo que o da entrecasca ficou mais um vermelho bordô escuro, que foi denominado de tintura (Fig. 02).
FIGURA 02 – Frascos com os líquidos coados, da entrecasca (01) e da casca (02) (Arquivo pessoal do Orientador).
O mesmo processo foi realizado com a casca com massa de 324 gr. da casca e também com 330 gr da casca e a entrecasca juntas. A parte sólida foi colocado no sol por 5 dias e armazenado para futuras análises. Os frascos foram armazenados a temperatura ambiente no Laboratório de Ciências da Natureza, Geografia e Matemática.
Os frascos foram identificados com fita crepe, com data e volume.
Após 10 dias o frasco com o líquido retirado das entrecascas apresentou fungos (Fig. 03), que serão identificados, dentro do possível. Outros frascos começaram a apresentar fungos após 20 dias.
Figura 03 – Fungos (mofo) na tintura extraída da entrecasca. (Arquivo Pessoal do orientador).
A presença de fungos nas outras amostras foi em menor quantidade e após 20 dias, o que levará ao refazimento do processo.
Serão realizados as seguintes técnicas de analises;
Escpetrofotometria de absorção molecular
As amostras obtidas após os diferentes experimentos serão analisadas qualitativamente comparando-se os espectros emitidos, verificando os picos de absorbância observado, juntamente aos valores de comprimento de onda.
Para essa análise será utilizado um espectrofotômetro da Thermofisher, modelo Evolution One, com lâmpada de xenônio e feixe duplo. Para as amostras serão utilizadas cubeta de quartzo, com transparência na região do Uv-vis, caminho óptico (largura interna) de 1 cm e capacidade de armazenamento de 3,5 mL.
As amostras analisadas poderão ou não ser diluídas, em água, óleo ou álcool, conforme a necessidade de cada amostra.
Densidade das amostras
A densidade é uma grandeza específica de cada tipo de material existente. No decorrer do trabalho, será realizada a verificação das densidades das misturas extraídas das plantas, com a finalidade de comparar os valores em diferentes materiais extratores água, álcool e óleo.
Os resultados obtidos serão comparativos, nas diferentes amostras obtidas.
Experimentalmente será utilizado um picnômetro com vidro especial esmerilhado, que possui um volume específico.
Inicialmente o picnômetro deve ser calibrado com água destilada, cuja densidade na temperatura de 25ºC é de 1g/ml, preenche-se o volume total do picnômetro, então será verificado o peso da massa de água presente no mesmo. Como ρ=mv, temos o volume máximo picnômetro. Este volume será ajustado para as demais análises pela equação anterior.
Cada amostra será acrescentada ao picnômetro até volume total, mesmo valor obtido na calibração, juntamente com os valores das massas presentes para cada medida, utilizando a equação anterior é possível encontrar as densidades das amostras.