Introdução

É nas “pequenas insignificâncias” termo poético de Manoel de Barros que encontramos possibilidades de transformar. Desta forma, este projeto propõe sensibilizar a comunidade escolar para o uso de práticas de atitudes sustentáveis simples com o intuito de diminuir o impacto no meio ambiente causado principalmente pelo descarte incorreto do lixo e com isso amenizar a infestação do Aedes Aegypti que provoca a doença Dengue em nossa cidade. Oferecer uma educação de qualidade de forma experimental com foco no empreendedorismo para estudantes do Ensino Médio, através de diferentes oficinas como liderança, finanças, práticas de empreendedorismo, sustentabilidade e atividades dinâmicas como pesquisa, entrevista, debates e experimento, saberes criativos e inovadores voltados às necessidades dos estudantes, envolvendo a interdisciplinaridade com parceria entre os protagonistas (gestores, professores, estudantes) da comunidade escolar para facilitar a busca de soluções que permitam viabilizar a realização de novas práticas sustentáveis que os levem a refletir continuamente, durante o processo, sobre a importância do tema abordado e os reflexos desses conhecimentos sobre sua vida, pois o aluno ao interagir com o grupo desenvolverá valores como respeito, solidariedade e cooperatividade, à medida que se vê como parte integrante e importante desse processo, socializa seus conhecimentos e suas experiências. Portanto, o projeto pode contribuir na aprendizagem significativa dos estudantes promovendo conscientização e mudanças de atitudes em relação ao meio ambiente na comunidade escolar e local.

Métodos

Este projeto será desenvolvido com alunos da turma “3 ano 2” do Ensino médio da Escola de Tempo Integral Brandão de Amorim. Como este estudo é de caráter qualitativo, elegemos a etnografia para conduzir o processo investigativo por permitir uma análise holística e dialética da cultura, porque a cultura não pode ser enxergada como um simples reflexo de forças estruturais da sociedade, mas como um sistema de significados mediadores entre as estruturas sociais, as ações educativas e interações humanas (MATTOS, 2011). Para facilitar a organização do trabalho pedagógico, as atividades serão dispostas em três momentos: histórico do cipó jipioca, preparo da solução e aplicação de formulários com questões para avaliar o nível de conhecimento dos estudantes; levantamento bibliográfico realizado pelos estudantes com o auxílio do orientador, com a finalidade de compreender os conceitos químicos sobre soluções, massa, volumes, fórmulas e outros, tendo como ferramenta principal a internet, e como produto final a produção da solução “larvicida” extraídos de nossa floresta. Em cada atividade, ocorrerá uma discussão pelo professor, sobre o tema proposto ou atividade a ser executada, com o objetivo de verificar o grau de conhecimento dos estudantes acerca do assunto a ser trabalhado, bem como os registros desses comentários para uma posterior análise e avaliação. Ao final de cada momento, será proposta aos estudantes uma atividade complementar com o objetivo de verificar a apropriação dos conhecimentos químicos estudados. 1º Momento: Levantamento de publicações específicas que contenham conteúdo sobre a pesquisa (levantamento bibliográfico). Elaboração de questionário pelos próprios pesquisadores a serem aplicados a todos os estudantes do Ensino Médio da Escola Estadual de Tempo Integral Brandão de Amorim, localizada no centro da cidade de Parintins/AM. As ferramentas a serem utilizadas serão: celular para registrar todas as etapas e atividades realizadas no projeto, um computador, um projetor multimídia (data show) para ensaios das apresentações futuras, também cadernos e canetas para anotações de dados e informações coletada na pesquisa. 2º Momento: Serão desenvolvidas estratégias que buscam valorizar a investigação, o trabalho cooperativo e a interação dos estudantes com a comunidade tais como: • Pesquisa em fontes diversas como revistas, livros e internet; • Visita em áreas de florestas com a presença do cipó jipioca; • Entrevistas com a comunidade e com técnicos. A pesquisa bibliográfica orientada será em função de se estabelecer respostas para as seguintes questões: 1- O que diferencia uma planta Cipó Jipioca de outras Plantas? 2- O conhecimento da planta Cipó Jipioca é um elemento facilitador e significativo para o seu aprendizado nas aulas de Química? 3- O conhecimento tradicional dos empíricos sobre as plantas é de grande relevância para a comunidade e para o ensino-aprendizado nas escolas? 4- Qual a definição de plantas? 5- Como podemos estudar as plantas aproveitando nossa floresta? 6- Quais os cuidados devemos ter para preservar a planta cipó jipioca em nossa floresta? 7- Através da temática. Cipó Jipioca: novas possibilidades de interação entre natureza e cultura você estudante conseguiu obter um aprendizado satisfatório em relação aos conhecimentos da Química? 3º Momento: Preparo da solução larvicida feita com o Cipó Jipioca extraído nas comunidades rurais e produzido no laboratório de ciência da escola.

Dados

PROJETO CIPÓ JIPIOCA: NOVAS POSSIBILIDADES DE INTERAÇÃO ENTRE NATUREZA E CULTURA


Temas

Atividades STEM Brasil - Educando

Palavras-chave

Cipó jipioca, Ensino-Aprendizagem, Mosquito Aedes Aegypti, vivência dos Estudantes.

Equipe Ciêntifica

Aldemira Jacaúna Machado (Coordenador da Equipe)
João Bosco Batista Nogueira Junior (Professor Colaborador)
Vinícius Expedito batalha da Silva (Aluno Capitão)
Jenner Jenner Lucas dos Santos Carneiro (Aluno)
Luciana Santos Souza (Aluno)
Adriele de Lira Prata (Aluno)
Daniel Felipe dos Santos Reis (Aluno)

Escola

Escola Estadual Brandão de Amorim, Parintins-AM

Resumo

O projeto Cipó Jipioca: novas possibilidades de interação entre natureza e cultura desenvolve por meio do tema integrador STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) na Escola Estadual de Tempo Integral Brandão de Amorim, localizada na cidade de Parintins/AM um larvicida natural para o combate ao Aedes Aegypti solução feita do cipó jipioca (Entada Polyphylla) um produto florestal bastante encontrado em nossa região em forófitos “árvore que serve de suporte para o cipó se fixar, sem parasitá-la” José Luiz (2011). O presente projeto dar-se pelo alerta através de campanha da Vigilância Sanitária Municipal em Saúde de nossa cidade sobre a elevação dos índices de infestação do Aedes Aegypti, que durante o período de chuvas tendem a aumentar os casos de Dengue, fato este ligado diretamente à formação de criadouros (depósito) que acumulam as águas das chuvas tornando-as propícias a ovoposição da fêmea do mosquito. Dessa forma, o projeto pode contribuir para o combate ao mosquito Aedes Aegypti através do preparo dessa solução, simples, de baixo custo, uma ferramenta natural a mais ao combate aos vetores, não contamina o meio ambiente, e ainda promove o conhecimento significativo em um contexto interdisciplinar, com a participação dos estudantes, professores, pais, órgãos ligados à saúde do município, comunidade escolar, estabelecendo diálogos capazes de formar cidadãos comprometidos com o presente e com o futuro da qualidade de vida no nosso planeta.

Resultados

O produto apresentou-se eficiente, mata a larva do mosquito até 24h, é tóxico feito com planta natural “Cipó Jipioca” de fácil preparo utilizando-se somente (água e cipó) o processo dá-se do seguinte modo: após a colheita pesa-se o cipó, descasca-o, macera-o e adiciona-se água, deixando-o em repouso por 2h, cria-se uma espuma que deve ser retirada, filtra-se a solução para a limpeza do resíduo. A medida é de acordo com o uso, para 600 ml de água deve-se usar 200g de cipó macerado, quando necessitar de menor ou maior quantidade de solução é só diminuir ou aumentar as quantidades. De fácil manuseio e aplicação (posto no local com larvas), o armazenamento é feito em recipientes devidamente limpos e higienizados. Pode ser utilizado com inseticida, em animais e plantas, quando usado em animais umedece-se algodão, gases, tecido limpo na solução ou então utiliza-se um borrifador para aplicar sobre o local enfestado, nas plantas usa-se também o borrifador, a solução é usada somente uma vez ao dia tanto em animais como em plantas. O projeto contribuiu de forma significativa para a melhoria do ensino-aprendizagem, redução do descarte de recipientes, diminuição dos vetores de transmissão.

Discussão dos Resultados

O Projeto Cipó Jipióca: novas possibilidades de interação entre natureza e cultura proporcionou melhoria na qualidade de vida das pessoas da comunidade escolar e local através da aprendizagem, pois percebeu-se mudanças na mentalidade do pensamento dos indivíduos que nela estão inseridos. Segundo (BRIGGS, 2000) numa sociedade sustentável as responsabilidades devem ser compartilhadas amplamente até que o poder seja diluído entre muitas pessoas, habilitando-as a tomarem decisões. Enfrentamos problema como dificuldade de transporte para a locomoção dos estudantes a pesquisa de campo ( falta de recurso financeiro) mas estes foram solucionados pela equipe pela promoção de rifas.

Conclusões

A diversidade cultural amazônica nos abre inúmeras possibilidades para a pesquisa científica estimulando nossa capacidade criativa e desejável ao processo educativo. Este projeto buscou valorizar a importância da natureza para o ensino-aprendizagem através da descoberta de uma nova substância capaz de eliminar as larvas do mosquito Aedes Aegypti, motivo de preocupação da comunidade escolar e local. O estudo apresentou-se eficaz para a população e para a ciência, pois o mundo está passando por grandes infestações de doenças que está levando a morte muitas pessoas. Pesquisadores preocupados com esta situação então desenvolvendo estudos, como exemplo, temos a recente pesquisa feita pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), sobre o mastruz (Dysphania ambrosiodes) a referida pesquisa apresenta por meio de uma abordagem computacional, o potencial de compostos presentes no mastruz como inibidores de enzimas envolvidos na replicação do vírus SARS – Cov -2, responsável por provocar a covid – 19. Desse modo, o larvicida natural feito com o cipó jipioca é uma solução viável para a qualidade de vida das pessoas deste local que de alguma forma irão se inspirar na produção do mesmo e tornar sua comunidade mais precavida e mais sustentável.

Referências

BRIGGS,B. Introdución al processo de consenso. México, 2000. LUIZ, José, Jipioca-dicionárioinformal.com. br - 2011-SP. MATTOS. g. L. G. A abordagem etnografica na investigação científica. In MATTOS, C. L. G., and CASTRO. P. A. P. A. (Orgs.). Etnografia e educação: conceitos e usos [online]. Campina Grande: EDUEPB, 2011.

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