Segundo uma pesquisa realizada pelo Conselho Nacional de Saúde no qual a pesquisa foi divulgada pelo IBGE(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) em 2020 : apenas 89% fazem essa higienização pelo menos duas vezes por dia. Para maior parte das pessoas a higienização da região oral se trata apenas de aparência e que apenas deve ser escovada, muitas pessoas deixam a higienização de lado e partem em buscas de tratamento estéticos como clareamento dental, lentes de contato dentais, não dando devida importância para tal higienização, mas a higienização dessa região é uma das mais importantes tendo em vista todos os riscos que corremos ao negligenciar essa higienização podendo causar doenças na região oral e doenças em estágio crônico atingindo o sistema cardiovascular. Em escolas de tempo integral pode ocorrer de alunos negligenciar essa higienização, logo visou-se solucionar a problemática promovendo palestras sobre como cuidar da higiene bucal, doenças mais conhecidas que acometem a região oral e como produzir um antisséptico bucal natural composto por plantas medicinais para conscientizar os alunos.

As ações e o experimento em questão são trabalhados por meio da Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP) que confronta questões e problemáticas atuais, onde os alunos em ação cooperativa formulam e criam soluções com base no conhecimento interdisciplinar obtido nas aulas teórico - práticas de química , biologia matemática e empreendedorismo. O percurso metodológico foi dividido nas seguintes fases. 1. Pesquisa exploratória e Identificação das espécies de plantas que possam ser utilizadas na produção de antisséptico oral (estudo das propriedades medicinais), com auxílio dos aplicativos google lens e plantnet. 2. Promoção de palestras e oficinas sobre saúde bucal Apresentação com o uso de tablets, merge cube e aplicativo object viewer. 3. Matemática aplicada no processo de hidrodestilação Aula teórico e prática de laboratório, cálculos matemáticos, envolvidos nos procedimentos de extração, uso de vidrarias e destilador caseiro para extração das propriedades e bioativos das plantas medicinais. 4. Rotulagem Com auxílio do aplicativo Canva os discentes criaram rótulos para o antisséptico bucal. 5. Oficina sobre sobre enxaguante bucal, uso de plantas medicinais como alternativa e experimentação do antisséptico bucal natural.

LECITOL - ANTISSÉPTICO BUCAL NATURAL

Saúde e Consumo Responsável

Antisséptico bucal, Saúde na escola, TDIC, Ciência na escola

ELIAS VALENTE SILVA FILHO (Coordenador da Equipe)
MARINILDES SIQUEIRA CHAVES (Professor Colaborador)
RICHARD GEORGE MOREIRA RAMOS (Aluno Capitão)
DENILSON DE ALMEIDA CUNHA (Aluno)
JEFFERSON KAUÃ RAMOS DIAS (Aluno)
JEFFERSON OLIVEIRA MELO (Aluno)
LUIZ VINICIUS DE SOUZA CARVALHO (Aluno)

Escola Estadual de Tempo Integral Professora Lecita Fonseca Ramos, Manaus-AM

A higienização bucal está além de uma questão de estética é uma medida tomada para prevenir doenças, e trabalhar essa temática e ensinar aos alunos é o ideal em toda a Educação Básica. Por meio da Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP) os alunos promoveram palestras e oficinas abordando a anatomia e fisiologia da região oral, fazendo uso das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC), entre as ferramentas estão os aplicativos Google lens e Plantnet e uma novidade na escola, o Merge cube, produziram um antisséptico bucal natural denominado Lecitol, com plantas medicinais cultivadas no espaço verde escolar da Escola Estadual de tempo Integral Professora Lecita Fonseca Ramos localizada no Amazonas em Manaus, visando conscientizar os alunos quanto a importância dos cuidados com saúde. Participaram das palestras e oficinas o total de 120 alunos, adquiriram conhecimento sobre doença e formas de prevenção, nas apresentações foram enfatizado o uso de antisséptico bucal de maneira adequada, os discentes conheceram o experimento Lecitol um antisséptico natural reformulado pela equipe atual do projeto. O projeto além de orientar os alunos quanto aos cuidados com a saúde aproxima-os ao ramo e exercício das ciências uma vez em que o percurso metodológico se torna mais dinâmico.

Participaram das palestras o total de 120 alunos, mas apenas 8,3% conheciam a anatomia oral, funções e doenças que acometem a região, os outros 91,7% tinham conhecimento superficial. Com uso do Merge Cube as palestras foram dinâmicas, participativas e interativas, os alunos estudaram a anatomia da região oral de maneira mais aprofundada, por meio da realidade aumentada. As plantas foram identificadas e as espécies com propriedades medicinais efetivas para região oral foram estudadas por meio de artigos científicos; e suas substâncias foram extraídas através dos métodos de hidrodestilação e infusão (Tabela. 1) as testagens eram refeitas com base nas verificações de pH e na presença ideal do bioativo no hidrolato, o pH foi verificado apresentando índice na faixa de 6,0 a 7,0. Foi produzido um rótulo contendo informações como composição e validade. Nas oficinas os alunos conheceram o experimento denominado Lecitol (antisséptico bucal natural) e realizaram a antissepsia oral sendo orientado a realizar bochecho e gargarejo sem deglutir, no decorrer das oficinas foi ressaltada a importância da consulta ao Odontologista.

Os alunos adquiriram conhecimento sobre doenças da região oral (como a gengivite, halitose e a cárie), e anatomia da região oral (auxílio e as funções dos dentes, língua e da úvula), os tipos e formas de prevenção de doença orais e cuidados adequados, com o “Lecitol” podemos demonstrar uma opção de como cuidar da saúde bucal, utilizando plantas medicinais com bioativos de ações (antibacteriana, anti-inflamatória, antimicrobiana, antioxidante, propriedades fungicida e previne infecções) utilizando plantas medicinais cultivadas na horta da escola, por meio do experimento Lecitol, adquiriram conhecimento de como extrair as substâncias das plantas através da hidrodestilação e infusão, na utilização das plantas em cada função e como a matemática auxiliou nesses processos.

Boa parte dos estudantes tem conhecimento superficial da anatomia da região oral, pode haver relação em como é transmitido este conhecimento em sala de aula e o fato de não ser um conteúdo presente em provas de vestibulares, as ações deste projeto minimizar essas lacunas e conscientizarem os alunos quanto a importância dos cuidados com a saúde bucal. O reforço quanto a maneira correta de utilizar o antisséptico bucal e optar pela escolha por produtos que apresentem baixa toxicidade, repassando como opção antissépticos naturais com uso de plantas medicinais, foi de suma importância uma vez que alguns antissépticos podem causar desgaste do esmalte dentário. A prática experimental de produção do “Lecitol” além de trabalhar a saúde é uma inserção dos discentes no exercício da ciência na escola.

DE SIQUEIRA SILVA, Ludmylla Fernanda; DA CUNHA ALVES, Náthalie. Higiene pessoal: a importância de estudar o corpo humano. Biodiversidade, v. 13, n. 2, 2014. MAURÍCIO, Marcelo. Colutório Bucal, há conhecimento sobre seu uso?. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. PEREIRA CARDOSO, A. I. L. A. ANÁLISE DO PH E DA EFETIVIDADE ANTIMICROBIANA DE ANTISSÉPTICOS BUCAIS À BASE DE PRODUTOS NATURAIS E CLOREXIDINA. 2020. SILVA, B. S. ; FILHO, E. V. S. ; BARRETO, J. A. O. ; SANTOS, M. S. . Aprendizagem Baseada em Projetos e a Produção de Antisséptico Bucal Natural. In: SEMINÁRIO INTERDISCIPLINAR DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO, 19., 2020-2021, Manaus. Anais... Manaus: UFAM, 2021, p. 778 - 780.