Discussão dos Resultados
Estudos em andamento estão sendo realizados respeitando as proporções de biomassa dos residuos agroindustriais e modificando o protótipo do biodigestor aneróbio, incluido duas colunas de purificação do biogás, a primeira coluna empacotada com algodão, que consiste na remoção da umidade do biogás e a outra coluna empacotada com lã de aço para remoção do gás sulfídrico. Espera-se obter um biogás mais puro, melhorando assim a eficiência da combustão e desta forma favorecer o cozimento do alimento. Além disso, considerando a influência da temperatura no processo de biodigestor na produção de biogás, a garrafa PET de 5 L que antes era envolvida com fita crepe preta, trocamos para filmes black out, para manter a temperatura e com isso melhorar a eficiência da produção do biogás. Os experimentos com as biomassas da palha de milho, bagaço de cana de açúcar e mesocarpo do coco estão em andamento com as modificações supracitadas.
Apesar da remoção do gás carbônico por meio do sistema de purificação, utilizando uma coluna de água com hidróxido de cálcio, que consiste na formação de carbonato de cálcio, que ocorre quando o hidróxido de cálcio presente na água reage com o gás carbônico presente na mistura gasosa produzida. Dentro deste contexto, ainda é desafiador o processo de purificação do biogás.
Para verificação da formação do biogás, foi realizado também a queima do gás combustível acumulado. Os gases coletados foram submetidos a um teste de inflamabilidade, verificando a formação de chama com fósforo de segurança aceso. Neste momento, foi discutido sobre os fenômenos envolvidos e apresentado os conceitos associados à preservação ambiental e ao combustível alternativo, com discussões sobre práticas do cotidiano para uma sociedade responsável pelo meio ambiente.
Um dos parâmetros controlado na produção de biogás foi o nível de acidez do inóculo, ou seja, da biomassa, que deve ser mantido entre 6 – 7. Para o controle do pH da biomassa do bagaço da cana de açúcar, foi determinado o pH inicial com uma fita medidora de pH, o valor encontrado foi em torno de 6,5, e a cada três dias era medido, durante 15 dias, sendo que, neste período não foi observado alteração do pH. Esse controle de pH é fundamental para a eficiência das enzimas presentes nas bactérias que agem na quebra das macromoléculas, produzindo ácidos orgânicos de cadeias pequenas (bactérias acetogênicas) e aquelas que produzem metano a partir desses ácidos (bactérias metanogênicas).
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Conclusões
O experimento realizado a partir da construção do biodigestor para obtenção de biogás, demostrou que a produção de combustível a partir das biomassas, palha de milho, bagaço de cana de açúcar e mesocarpo de coco pode ser uma alternativa viável na obtenção de combustível alternativo e, dessa forma, auxiliar na diminuição dos impactos ambientais causados pelo consumo de combustíveis fósseis e pelo descarte de resíduos da criação de animais em áreas rurais.
A produção do biogás apresentado pela biomassa do bagaço da cana de açúcar e foi inferior a 100 cm3. Para aumentar o rendimento do biogás produzido, o protótipo passou por modificações, que foi a inserção de duas colunas de purificação do biogás.
Dentro deste contexto, foi possível também desenvolver as habilidades e a capacidade criativa dos alunos, por meio da contextualização do assunto de química, relacionando de forma interdisciplinar os conteúdos do Ensino Médio, favorecendo com isso a renovação das metodologias e diminuindo as limitações das aulas tradicionais. Assim, o efetivo aproveitamento energético do biogás requer, inicialmente, o estabelecimento de metas claras para a elaboração e direcionamento das políticas, além da coordenação entre os órgãos responsáveis pelas políticas energéticas, ambientais, agrícolas e de desenvolvimento urbano para a definição das atribuições de cada um.
Biodigestores modificados contendo diferentes biomassas (palha de milho, cana de açúcar e mesocarpo do coco foram montados e espera-se obter produção de biogás em quantidades superiores ao obtido pela biomassa de origem animal.
Como propostas futuras, será utilizada biomassa de esterco de galinha e suíno,. Além disso, pretende-se ampliar o sistema de armazenamento, substituindo garrafas de 5 L por 20 L e desta forma espera-se aumentar a quantidade de biomassa para gerar mais biogás e produzir energia suficiente para o cozimento de alimento durante a preparação da merenda escolar.
Referências
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