Introdução

O crisântemo é uma planta cuja flor tem grande aceitação no mercado. Sua produção e comercialização nas cidades de Santo Antônio de Posse e Holambra sustentam a economia de diversas famílias, como é o caso do meu irmão e dos meus pais. Por conta disso, o trabalho surgiu a partir da ideia de se pesquisar e testar tipos diferentes de lâmpadas como forma de aumentar a exposição da planta a uma outra fonte de luz para investigar se esse fator interfere de forma positiva no crescimento do crisântemo, com reflexos na produção e aumento no lucro familiar. O crisântemo é uma erva arbustiva que possui um odor muito forte. Além disso, por ser uma planta, reproduz-se em regiões de clima mais temperado, sendo nativa da Ásia e do nordeste da Europa. É uma planta de tradição de cultivo milenar nos países asiáticos, também considerada uma planta de dia curto. Em grego, crisântemo significa "flor de ouro". O crisântemo pode ser símbolo de eternidade, amor e esperança. Esta planta é cultivada há mais de 2.500 anos na China e é considerada uma das plantas nobres chinesas (as outras são o bambu, a ameixeira e a orquídea), sendo usada como distintivo oficial do exército e uma exclusividade da nobreza. Foi levado ao Japão pelos budistas e por sua semelhança com o sol nascente acabou por se tornar um símbolo do país (ZAGO, 2017). Algumas espécies de crisântemo possuem propriedades terapêuticas, fortalecendo a imunidade e atuando como antioxidante prevenindo que doenças inflamatórias se aloquem no corpo. Sendo assim, ao beber o chá de certas espécies de crisântemo, a imunidade é fortalecida, de forma que a ação protetora do sistema imunológico se torna mais eficiente. Além dos antioxidantes presentes na bebida, várias espécies também contêm vitamina C (LOPES, 2020).

Métodos

- Vaso - Terra - Substrato - Mudas (doadas por uma empresa do município de Holambra-SP) - Armário - 6 Lâmpadas de diferentes características - Timer analógico No decorrer do dia 02 de maio de 2022, foram plantados 9 vasos com mudas do crisântemo, sendo 6 testadas por lâmpadas de diferentes potências e 3 testadas ao ar livre sem interferência de luzes incandescentes e led. O experimento foi conduzido com o controle do fotoperíodo adequado à cultura do crisântemo para indução floral (MOTA, 2007), e os vasos em um armário com repartições no laboratório da escola. As mudas foram doadas por uma instituição particular do município de Holambra-SP. Foram plantadas em vasos individuais com terra e substrato, colocadas em um armário de 6 divisórias, cada qual com um tipo diferente de lâmpada, com um timer analógico que acionava todas as lâmpadas às 17h30min e desligava às 7h30min, processo com luz artificial no período noturno que aconteceu nos primeiros 28 dias do crescimento das plantas. Já as plantas testadas ao ar livre (controle) foram levadas para a área térrea da escola , a qual se mantém com luz (natural) durante um período do dia (de 7h30min até 12h00min, aproximadamente). Após todo esse processo as mudas foram observadas semanalmente para registros de seus diferentes desenvolvimentos de acordo com o fotoperíodo.

Dados

EFEITOS DOS ESPECTROS DE LUZ NO CRESCIMENTO DE CRISÂNTEMOS


Temas

Atividades STEM Brasil - Educando

Palavras-chave

Crisântemo, Crescimento, Fotoperíodo

Equipe Ciêntifica

Gilton Gesner de Jesus Brogini (Coordenador da Equipe)
Renato de Souza Mariano (Professor Colaborador)
Larissa Helena Marconi (Aluno Capitão)

Escola

EE Prof Celso Henrique Tozzi, Jaguariuna-SP

Resumo

O projeto surgiu da ideia de poder auxiliar a produção familiar de crisântemos. Ele consiste na exposição de seis plantas a lâmpadas de diferentes tipos (incandescente, led), cores (amarela, branca, vermelha) e potências (9W, 15W e 70W) para analisar como essa exposição interfere no crescimento das plantas em horário noturno, comparando com outras três plantas (grupo controle), expostas somente à iluminação natural. As alturas das 6 plantas expostas à iluminação artificial (fotoperíodo controlado) foram tomadas de semana em semana durante 28 dias. Depois, essas 6 plantas ficaram expostas somente à luz natural por mais um período até que o botão floral surgisse. O grupo controle mostrou um crescimento menor e atraso no surgimento do botão floral, quando comparado com os crisântemos expostos ao fotoperíodo controlado. Novas hipóteses serão lançadas para que outros testes sejam feitos em mais algumas etapas do projeto.

Resultados

O projeto trouxe resultados já esperados, tendo em vista que as plantas com luz de potência maior tiveram um melhor e rápido desenvolvimento, levando em consideração o fato de estarem no mesmo ambiente para adaptação (ZAGO, 2017). Já as plantas que estavam do lado de fora (vasos 7, 8 e 9) não tiveram um bom crescimento, concluindo assim que essas plantas necessitam de mais horas-luz para melhor desenvolvimento. A tabela (Tabela 01) abaixo mostra os dados referentes às plantas, tamanho inicial da muda e características das lâmpadas usadas para análise do crescimento dentro do período de observação em ambiente com fotoperíodo controlado. Tabela 01 – Tamanho das plantas logo após o plantio da muda Vaso Tamanho (cm) Tipo de lâmpada Potência (em W) 1 10 Incandescente amarela 70 2 12 Incandescente amarela 70 3 9 Led amarelo 9 4 11 Led branco 9 5 7 Incandescente branca 70 6 14 Uma amarela e uma vermelha 15 (amarela) e 15 (vermelha) Após 28 dias em exposição à luz natural e à iluminação artificial, os dados mostram diferentes variações de crescimento, atribuídas à diversidade dos tipos de lâmpadas e potências, conforme tabela abaixo (Tabela 02). Tabela 02 – Tamanho das plantas de 02 de maio a 30 de maio. Dia / Planta Vaso 1 Vaso 2 Vaso 3 Vaso 4 Vaso 5 Vaso 6 02/mai 10 12 9 11 7 14 09/mai 12 14 9 11 8 16 16/mai 15 17 11 13 12 20 23/mai 19 19 14 15 15 23 30/mai 20 21,5 17 18 19 24 Depois desse período de 28 dias, a iluminação artificial foi desligada e os 6 vasos (1, 2, 3, 4, 5 e 6) permaneceram no armário, expostos somente à iluminação natural. O grupo controle (vasos 7, 8 e 9) não teve sua localização alterada. Essa exposição dos 9 vasos à luz natural durou até o dia 30 de junho. O crescimento das plantas dos vasos de 1 até 6 nesse período está descrito na tabela abaixo (Tabela 03): Tabela 03 – Tamanho das plantas de 06 de junho a 27 de junho. Dia / Planta Vaso 1 Vaso 2 Vaso 3 Vaso 4 Vaso 5 Vaso 6 06/jun 22 23 18 19 20 26 13/jun 24 25 19 21 23 27 20/jun 27 28 21 25 26 29 27/jun 30 33 27 26 28 30

Discussão dos Resultados

Após quase um mês, as alturas de cada uma das 9 plantas foram medidas no dia 26 de julho, considerado o final da coleta de dados, pois os botões florais dos crisântemos que foram estimulados com fotoperíodo artificial no início do seu desenvolvimento (crescimento da planta) surgiram no dia 05 de julho de 2022 (65 dias após seu plantio). Já nas plantas do grupo controle (vasos 7, 8 e 9), os botões florais surgiram bem depois (após 78 dias do plantio) e os resultados continuam sendo analisados. Embora os crisântemos dos vasos 1 e 2 estivessem sujeitos a lâmpadas de mesmo tipo e potência, suas mudas foram plantadas com diferentes tamanhos (vaso 1 com 10cm e vaso 2 com 12cm), e apresentaram diferença em seu tamanho até o final do período. As plantas controles tiveram desenvolvimento muito mais lento, não ultrapassando 25cm ao final do período de coleta de dados, conforme tabela abaixo (Tabela 04). Tabela 04 – Tamanho de todas as plantas no início e no fim da coleta de dados. Dia/vaso 1 2 3 4 5 6 7 8 9 02/mai 10 12 9 11 7 14 10 11 9 26/jul 39 40 37 38 37 41 20 23 21

Conclusões

Após a análise dos dados, é possível concluir que as plantas apresentaram crescimento diferente. Diferentes espectros de luz e potência das lâmpadas também foram relevantes para interferir no crescimento dos crisântemos. Por conta desses fatores, além da pouca exposição do grupo controle, outros testes serão feitos para validar novas hipóteses em etapas seguintes do projeto.

Referências

ZAGO, P. A. Fotoperíodo crítico e filocrono para produção de diferentes cultivares de crisântemo de corte. Santa Maria, RS. 2017. Dissertação apresentada ao curso de Pós-graduação em agrobiologia , da Universidade Federal de Santa Maria. Disponível em < https://repositorio.ufsm.br/handle/1/13712?show=full> acesso em 06 de jun. 2022. BELAY, M . H. et.al. Controle de crescimento e florescimento de crisântemo (Dendranthema x grandiflorum Kitam.) utilizando complementação do tamanho do dia e quebra Da noite com a luz vermelha. Rev. Ornamental Horticultura Viçosa V. 27, No. 3, 2021 p.365-373. Universidade Debark, Departamento de Horticultura, Etiópia. Disponível em acesso em 05 de ago. 2022. MOTA, P. R . A. et.al. Desenvolvimento de plantas de crisântemos cultivadas em vaso de resposta a níveis de condutividade elétrica. Rev .Eng. Agrícola , Jaboticabal, , v.27, n.1, p.164-171, jan./abr. 2007. Departamento de Recursos Naturais/Ciência do Solo, Faculdade de Ciências Agronômicas, UNESP. Disponível emacesso em 07 de ago. 2022. LOPES, N. Chá de Crisântemo e seus benefícios. Vitat. Disponível em https://vitat.com.br/cha-de-crisantemo/#:~:text=Fortalece%20a%20imunidade,bebida%2C%20tamb%C3%A9m%20cont%C3%A9m%20vitamina%20C. acesso em 08 de jul. 2022.

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