Introdução

Em 2020, começou-se com a ideia de produzir pó parecido com o pó de chocolate através da semente de seringueira para a merenda escolar, então, a partir desse estudo observou-se que a semente era bastante oleaginosa, que talvez fosse possível criar um protocolo para extrair o óleo dos endospermas para utilizar como auxílio na redução do ressecamento de pele de pacientes com diabetes, já que não foi encontrado estudos na literatura voltados para a semente da seringueira. E o pensamento era futuramente com estudos transformar esse óleo em pomada. Mas, ainda se precisa de parcerias para estudar profundamente sobre a semente de seringueira. Devido ao aumento da prevalência e morbidade nas últimas décadas, o Diabetes Mellitus é uma patologia que tem preocupado cada vez mais o órgão mundial de saúde (INTERNACIONAL DIABETES FEDERATION, 2010). O diabetes é uma doença causada por uma resposta insuficiente de secreção ou ação insuficiente da insulina, que se manifesta pelo uso insuficiente de glicose nos tecidos, o que leva à hiperglicemia (OKOSHI et al., 2007). Em 1921, uma equipe de pesquisa atingiu a necessidade de pessoas por insulina e, no ano seguinte, ela pôde ser usada pela primeira vez em humanos. Segundo o Blog Veja Saúde (2021), os feitos da dupla de cientistas, Frederick Banting e Charles Best, se baseavam numa insulina de origem animal, pouco purificada, aplicada com seringas de vidro reutilizáveis e agulhas de metal grossas e compridas, não muito agradáveis aos olhos e a pele. O que motivou a desenvolver o novo projeto voltado para o tratamento de pessoas diabéticas, pois, as mesmas ainda morrem de doenças cardiovasculares e sofrem de amputação, sequelas renais e oculares. Portanto, o desafio alcançado, foi a criação de um novo produto natural a partir da extração do óleo da seringueira, fazendo a reutilização de todos os seus resíduos orgânicos, como alternativa para o tratamento de pessoas diabéticas com escoriações e ressecamentos na pele, onde foi estudado a composição química do endosperma, os nutrientes presentes, foi produzido protótipos do óleo natural da endosperma, transformados em sabonete esfoliante da casca triturada e óleo natural, ao final foi testado essa pequena produção que ainda continuará em fase de testes. A semente da seringueira ainda possui poucas pesquisas e poucas inovações cientificas, já sabemos alguns elementos químicos presentes no endosperma como macronutrientes e micronutrientes (Viégas et al., 1992), não há tanta utilização da amêndoa e a falta de remédios auxiliares no processo de cicatrização e o ressecamento do tecido epitelial foi o foco da pesquisa. A pesquisa foi realizada por alunos no laboratório da Escola Estadual Nacional Nossa Senhora de Nazaré no município de Manacapuru. O tipo de pesquisa destacado é de caráter qualitativo e quantitativo. O projeto proporcionou aos alunos um crescimento intelectual, eles estudaram primeiro os benefícios da semente da seringueira, participaram da coleta de dados, interpretaram as informações, testaram hipóteses, observaram padrões, analisaram resultados, compararam situações, tiraram conclusões e tomaram decisões. Objetivos - Produzir óleo natural a partir da semente da seringueira para auxilio a redução da descamação (ressecamento) do tecido epitelial de pacientes diabéticos.

Métodos

Material e Métodos – Primeiramente, foi feito o levantamento bibliográfico para verificar se existia algum projeto desenvolvido parecido e o resultado foi negativo. Então, precisou-se elaborar protótipos que poderiam ser desenvolvidos para chegarmos ao resultado, a pesquisa teve muitas etapas: A coleta da semente foi feita entre os meses de janeiro e fevereiro de 2021, nesse período conseguiu-se coletar mais de 500 sementes, em seguida, levou-se para o laboratório para iniciar o processo de separar e pesar em lotes de 100 gramas. Depois as sementes eram tiradas as cascas e torradas, lote por lote (11 lotes). Maceradas e colocadas em um saco a vácuo, porque todos os lotes iam ser feitos a extração individualmente, para observação dos resultados. Foi feito a extração do óleo em um destilador simples que estava a bastante tempo guardado no laboratório sem uso. Como ao extrair o óleo ficava com excesso de massa da semente, era separado os resíduos sólidos do óleo, e foi utilizado o processo de decantação com o funil de separação. Inclusive, também foi usado um coador de café para ajudar no processo final de deixar só o óleo sem o resíduo. Toda extração era colocada em um tubo de ensaio na geladeira para análise. Ao final da extração do óleo, utilizou-se uma pequena quantidade para fazer o sabonete artesanal como produto final. Comprou-se 1 kg de glicerina, algumas formas de silicone. As bolsistas, colocaram a glicerina cortadas em cubinho em uma panela para derreter, esperaram o material esfriar por uns cinco minutos, antes de adicionar a essência e o extrato da semente de seringueira, misturou-se bem todos os ingredientes e em seguida, foi colocado o sabonete artesanal na forma de silicone e um pano por cima. Colocou-se a forma para secar em um local seco e arejado. As cascas foram trituradas e adicionadas em cima do sabonete, utilizadas no processo para que agissem como esfoliante. Para finalizar, após processo o sabonete foi desenformado e então colocado em uma embalagem para entregar no dia da apresentação de resultados. Materiais de laboratório utilizados (Computador, destilador simples, moinho, estufa, decantador, vidrarias, entre outros). Os materiais no laboratório eram o básico (mínimo), mas conseguiu-se executar o projeto.

Dados

UTILIZAÇÃO DAS PROPRIEDADES OLEAGINOSAS DA SEMENTE DE SERINGUEIRA NO TRATAMENTO DO RESSECAMENTO DA PELE DE PORTADORES DE DIABETES


Temas

Inovação e Problemas da Sociedade, Saúde e Consumo Responsável

Palavras-chave

Óleo da semente de seringueira, Extração, Alternativas, Diabetes

Equipe Ciêntifica

Jesiane Andrade Spíndola (Coordenador da Equipe)
Galileu da Silva Pires (Professor Colaborador)
Alessandro dos Santos Couto (Professor Colaborador)
José Victor da Rocha Maciel (Aluno Capitão)
Hevelyn Caroline Ribeiro Nunes (Aluno)
Lauane Marcele Araujo de Oliveira (Aluno)

Escola

Escola Estadual Nossa Senhora de Nazaré, Manaus-AM

Resumo

Devido ao aumento da prevalência e morbidade nas últimas décadas, o Diabetes Mellitus é uma patologia que tem preocupado cada vez mais o órgão mundial de saúde (INTERNACIONAL DIABETES FEDERATION, 2010). O diabetes é uma doença causada por uma resposta insuficiente de secreção ou ação insuficiente da insulina, que se manifesta pelo uso insuficiente de glicose nos tecidos, o que leva à hiperglicemia (OKOSHI et al., 2007). Hoje se completam 100 anos, que em 1921 uma equipe de pesquisa atingiu o desejo das pessoas por insulina e, no ano seguinte, ela pôde ser usada pela primeira vez em humanos. Segundo o Blog Veja Saúde (2021), os feitos da dupla de cientistas, Frederick Banting e Charles Best, se baseavam numa insulina de origem animal, pouco purificada, aplicada com seringas de vidro reutilizáveis e agulhas de metal grossas e compridas, não muito agradáveis aos olhos e a pele. O que nos motivou a desenvolver o novo projeto voltado para o tratamento de pessoas diabéticas, pois, as mesmas ainda morrem de doenças cardiovasculares e sofrem de amputação, sequelas renais e oculares. Portanto, o nosso desafio como pesquisadores é criar um novo produto natural a partir da extração do óleo da seringueira e fazer a reutilização de todos os seus resíduos orgânicos, como alternativa para o tratamento de pessoas diabéticas com escoriações e ressecamentos na pele, estudando a composição química do endosperma, os nutrientes e então, produzir protótipos do óleo natural da endosperma transformando-os em hidratante corporal e repelente natural e ao final testar essa pequena produção que continuará em fase de testes. A semente da seringueira ainda possui poucas pesquisas e poucas inovações cientificas, já sabemos alguns elementos químicos presentes no endosperma como macronutrientes e micronutrientes (Viégas et al., 1992), não há tanta utilização da amêndoa e a falta de remédios auxiliares no processo de cicatrização e o ressecamento do tecido epitelial é o foco da pesquisa. A pesquisa será realizada por alunos no laboratório da Escola Estadual Nacional Nossa Senhora de Nazaré. O tipo de pesquisa destacado é de caráter qualitativo e quantitativo. O projeto além de proporcionar aos alunos um crescimento intelectual, eles também esperam estudar primeiro os benefícios da semente da seringueira, para que possam participar da coleta de dados, interpretar informações, testar hipóteses, observar padrões, e analisar resultados, comparar situações, tirar conclusões e tomar decisões.

Resultados

A produção do bio-óleo da semente da seringueira, mostrou-se eficiente pelos resultados da logística de produção, em comparação aos dois métodos de obtenção do óleo que consistiu no cozimento e torragem da semente, a técnica de torragem foi a mais eficiente e utilizada em todo o processo após aprovação do processo. Durante a realização do projeto, foi determinado todo o protocolo de produção e extração do óleo. Estavam participando 5 alunas do (1° ano e 2° ano do ensino médio da Escola Estadual Nossa Senhora de Nazaré) bolsistas e voluntárias. Cada etapa era estabelecida assim que as bolsistas terminavam de desenvolver uma fase (por não ter um protocolo de produção definido inicialmente em literaturas). Foi feito teste de pH no sabonete, o resultado do pH foi favorável indicado para o uso de pessoas. O teste do óleo foi feito e a duração na pele era de aproximadamente 4 horas. Pelo tempo de projeto, não foi feito muito teste em pessoas com diabetes. Na apresentação a comunidade escolar foram distribuídas pequenas amostras do sabonete que foi feito com o óleo e também da utilização a casca com pequenos pedaços como esfoliante. O que futuramente pode gerar renda a produtores que reproduzirem essa ideia. Em relação aos macros e micronutrientes presentes na semente de seringueira, foi feita uma busca na literatura onde Viégas et al. (1992) diz que as folhas de seringueira apresentam as maiores concentrações de nutrientes, exceto para o ferro. Onde a quantidade de nutrientes extraídos por hectare, aos 240 dias, é: Macronutrientes: 60,0kg de Nitrogênio, 12kg de Fósforo, 27,74kg de Potássio, 8,97kg de Cálcio, 5,32kg de Magnésio e 6,21kg de Enxofre. Micronutrientes: 45,52g de Boro, 544,08g de Ferro, 337,74g de Manganês e 77,30g de Zinco. Os acréscimos percentuais de absorção de nutrientes dos 60 dias aos 240 dias de idade, em ordem crescente, são os seguintes: Fe - 425%, B - 607%, K - 823%, Mn - 1.018%, Ca e Mg - 1.055%, P 1.154%, Zn - 1.168%, N - 1.330% e S - 1.882%, indicando que a semente possui propriedades nutritivas. Todos os resultados e protocolos foram satisfatórios, mas há necessidade de mais estudos aprofundados sobre as propriedades presentes na semente e a qualidade do material.

Discussão dos Resultados

A produção do Bio-óleo da semente da seringueira, mostrou-se eficiente pelos resultados da logística de produção, em comparação aos dois métodos de obtenção do óleo que consistiu no cozimento e torragem, a de torragem foi mais eficiente e utilizado em todo o processo. Os acréscimos percentuais de absorção de nutrientes dos 60 dias aos 240 dias de idade, em ordem crescente, são os seguintes: Fe - 425%, B - 607%, K - 823%, Mn - 1.018%, Ca e Mg - 1.055%, P 1.154%, Zn - 1.168%, N - 1.330% e S - 1.882%, indicando que a semente possui propriedades nutritivas. Todos os resultados e protocolos foram satisfatórios, mas há necessidade de mais estudos aprofundados sobre as propriedades presentes na semente e a qualidade do material. Ter resultados positivos na pesquisa, que o óleo do endosperma extraído após a pesquisa venha contribuir no processo de cicatrização e redução da descamação na pele de pessoas com diabetes, que o projeto venha ser um marco na história, com essa nova descoberta que estamos começando, siga para pesquisas cientificas mais específicas e aprofundadas, pois iremos trabalhar com poucos recursos. E eleve os nossos pesquisadores que estão empenhados na ciência, que a pesquisa traga um desenvolvimento cientifico aos nossos alunos. Esperamos também que o projeto gere futuramente, emprego e renda a todos os envolvidos, a indústria farmacêutica só tem a ganhar se tivermos resultados relevantes.

Conclusões

Concluiu-se que a semente da seringueira ainda possui poucas pesquisas e poucas inovações cientificas, sabemos de alguns elementos químicos presentes na endosperma como macronutrientes e micronutrientes (Viégas et al., 1992), não há tanta utilização da amêndoa e a falta de remédios auxiliares no processo de cicatrização e o ressecamento do tecido epitelial. A pesquisa realizada pode trazer alguns benefícios dentre eles: 1º Gerar renda para a comunidade através da produção de sabonete da semente de seringueira. 2° Possivelmente, irá contribuir no tratamento de pele ressecada de pessoas com diabetes. 3° Conhecimento para as alunas sobre processos de extração de óleo essencial, produção de sabonete artesanal, o que as deixou motivada para desenvolver futuros projetos científicos. Faltam parcerias para o estudo mais aprofundado das propriedades químicas da semente, para então começar a produção de pomadas para ajudar no processo de tratar a pele ressecada de pessoas com diabetes.

Referências

INTERNACIONAL DIABETES FEDERATION. Diabetes and Obesity: Urgent Action Needed. Disponível em: http://www.idf.org/org/home/index.cfm?unode_C659495D-7467-45C0-8A195B3D8A3D172. Acesso em: 19/08/2022. OKOSHI, K.; GUIMARAES, J. F.; DI MUZIO, B. P.; FERNANDES, A. A.; OKOSHI, M. P.; [Diabetic cardiomyopathy]. Arq Bras Endocrinol Metabol, v.51, n.2. p.160-7, 2007. O FUTURO DO DIABETES. Blog Veja Saúde. Disponível em: https://saude.abril.com.br/blog/futuro-do-diabete/100-anos-de-insulina-uma-historia-sendo-escrita-sobre-o-diabetes/ Acesso em: 02/09/2022. VIÉGAS, I. de J.M.; HAAG, H.P.; BUENO, N.; PEREIRA, J. da P. Nutrição mineral da seringueira. XII. Absorção de macronutrientes e micronutrientes nos primeiros 240 dias. Sciencia Agrícola, Piracicaba, v.49, n.1, p.41-52, 1992.

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