UTILIZAÇÃO DAS PROPRIEDADES OLEAGINOSAS DA SEMENTE DE SERINGUEIRA NO TRATAMENTO DO RESSECAMENTO DA PELE DE PORTADORES DE DIABETES
Temas
Inovação e Problemas da Sociedade, Saúde e Consumo Responsável
Palavras-chave
Óleo da semente de seringueira, Extração, Alternativas, Diabetes
Equipe Ciêntifica
Jesiane Andrade Spíndola (Coordenador da Equipe)
Galileu da Silva Pires (Professor Colaborador)
Alessandro dos Santos Couto (Professor Colaborador)
José Victor da Rocha Maciel (Aluno Capitão)
Hevelyn Caroline Ribeiro Nunes (Aluno)
Lauane Marcele Araujo de Oliveira (Aluno)
Escola
Escola Estadual Nossa Senhora de Nazaré, Manaus-AM
Resumo
Devido ao aumento da prevalência e morbidade nas últimas décadas, o Diabetes Mellitus é uma patologia que tem
preocupado cada vez mais o órgão mundial de saúde (INTERNACIONAL DIABETES FEDERATION, 2010). O diabetes
é uma doença causada por uma resposta insuficiente de secreção ou ação insuficiente da insulina, que se manifesta
pelo uso insuficiente de glicose nos tecidos, o que leva à hiperglicemia (OKOSHI et al., 2007).
Hoje se completam 100 anos, que em 1921 uma equipe de pesquisa atingiu o desejo das pessoas por insulina e, no
ano seguinte, ela pôde ser usada pela primeira vez em humanos. Segundo o Blog Veja Saúde (2021), os feitos da
dupla de cientistas, Frederick Banting e Charles Best, se baseavam numa insulina de origem animal, pouco purificada,
aplicada com seringas de vidro reutilizáveis e agulhas de metal grossas e compridas, não muito agradáveis aos olhos e
a pele. O que nos motivou a desenvolver o novo projeto voltado para o tratamento de pessoas diabéticas, pois, as
mesmas ainda morrem de doenças cardiovasculares e sofrem de amputação, sequelas renais e oculares. Portanto, o
nosso desafio como pesquisadores é criar um novo produto natural a partir da extração do óleo da seringueira e fazer a
reutilização de todos os seus resíduos orgânicos, como alternativa para o tratamento de pessoas diabéticas com
escoriações e ressecamentos na pele, estudando a composição química do endosperma, os nutrientes e então,
produzir protótipos do óleo natural da endosperma transformando-os em hidratante corporal e repelente natural e ao
final testar essa pequena produção que continuará em fase de testes.
A semente da seringueira ainda possui poucas pesquisas e poucas inovações cientificas, já sabemos alguns elementos
químicos presentes no endosperma como macronutrientes e micronutrientes (Viégas et al., 1992), não há tanta
utilização da amêndoa e a falta de remédios auxiliares no processo de cicatrização e o ressecamento do tecido epitelial
é o foco da pesquisa. A pesquisa será realizada por alunos no laboratório da Escola Estadual Nacional Nossa Senhora
de Nazaré. O tipo de pesquisa destacado é de caráter qualitativo e quantitativo. O projeto além de proporcionar aos
alunos um crescimento intelectual, eles também esperam estudar primeiro os benefícios da semente da seringueira,
para que possam participar da coleta de dados, interpretar informações, testar hipóteses, observar padrões, e analisar
resultados, comparar situações, tirar conclusões e tomar decisões.
Resultados
A produção do bio-óleo da semente da seringueira, mostrou-se eficiente pelos resultados da logística de produção, em comparação aos dois métodos de obtenção do óleo que consistiu no cozimento e torragem da semente, a técnica de torragem foi a mais eficiente e utilizada em todo o processo após aprovação do processo. Durante a realização do projeto, foi determinado todo o protocolo de produção e extração do óleo. Estavam participando 5 alunas do (1° ano e 2° ano do ensino médio da Escola Estadual Nossa Senhora de Nazaré) bolsistas e voluntárias. Cada etapa era estabelecida assim que as bolsistas terminavam de desenvolver uma fase (por não ter um protocolo de produção definido inicialmente em literaturas). Foi feito teste de pH no sabonete, o resultado do pH foi favorável indicado para o uso de pessoas. O teste do óleo foi feito e a duração na pele era de aproximadamente 4 horas. Pelo tempo de projeto, não foi feito muito teste em pessoas com diabetes. Na apresentação a comunidade escolar foram distribuídas pequenas amostras do sabonete que foi feito com o óleo e também da utilização a casca com pequenos pedaços como esfoliante. O que futuramente pode gerar renda a produtores que reproduzirem essa ideia. Em relação aos macros e micronutrientes presentes na semente de seringueira, foi feita uma busca na literatura onde Viégas et al. (1992) diz que as folhas de seringueira apresentam as maiores concentrações de nutrientes, exceto para o ferro. Onde a quantidade de nutrientes extraídos por hectare, aos 240 dias, é: Macronutrientes: 60,0kg de Nitrogênio, 12kg de Fósforo, 27,74kg de Potássio, 8,97kg de Cálcio, 5,32kg de Magnésio e 6,21kg de Enxofre. Micronutrientes: 45,52g de Boro, 544,08g de Ferro, 337,74g de Manganês e 77,30g de Zinco. Os acréscimos percentuais de absorção de nutrientes dos 60 dias aos 240 dias de idade, em ordem crescente, são os seguintes: Fe - 425%, B - 607%, K - 823%, Mn - 1.018%, Ca e Mg - 1.055%, P 1.154%, Zn - 1.168%, N - 1.330% e S - 1.882%, indicando que a semente possui propriedades nutritivas. Todos os resultados e protocolos foram satisfatórios, mas há necessidade de mais estudos aprofundados sobre as propriedades presentes na semente e a qualidade do material.